sábado, 11 de julho de 2009

Iggy Pop e o cinema nacional.

Não, os dois não tem uma relação muito formada. Iggy até já atuou, mas não em um filme brasileiro. (http://www.youtube.com/watch?v=Hl7k9wgdtaU&feature=PlayList&p=C8079F9540B301C7&playnext=1&playnext_from=PL&index=3) Mas tudo se junta no final.


Primeiro duas dicas, uma de programa e outra cultural: no Memorial da América Latina esta acontecendo o 4º Festival de Cinema Latino Americano(metrô barra funda). Ele também está no cinecesg (augusta), no Museu da Imagem e do Som, no Cinusp e na Cinemateca e acontece todo ano desde 2006. Maiores informações no site: http://www.memorial.sp.gov.br

O festival é a semana inteira (domingo dia 12/07 é o último dia) e é GRÁTIS. Ele é demais, lá fiquei conhecendo alguns dos melhores deiretores latino-americanos, e que fizeram/fazem parte do cenário cinematográfico, como Arturo Ripstein, Fernando Solanas, Tomas Gutierrez Alea entre outros, os quais terão sua filmografia dissecada aqui em breve.

Esse ano o homenageado é o diretor Nelson Pereira dos Santos(o charmoso na foto em preto e branco). Ele é um gênio e é apresentado como o maior cineasta brasileiros vivo (quando falam isso parecem que estão cavando a cova dele). Mas ele é demais, no festival está la em todos os dias, falando um puco de seus filme e deu, até, uma aula magna.

Ele é conhecido, dirigiu Vidas Secas (romance de Graciliano Ramos de mesmo nome) que foi lançado junto com Deus e o Diabo Na Terra Do Sol de Glauber Rocha. Esse filme de Nelson (com o cartaz na imagem abaixo) foi um marco do Cinema Novo, o movimento brasileiro mais revolucionário, provocante e perturbador de todos, feito ao mesmo tempo com o Neo-Realismo na Itália e a Nouvelle Vague na França, movimentos que contavam com os até hoje renomados Fellini (Itália) e Goddard (França).

Ou seja, o cinema brasileiro não só nada deixa a desejar ao europeu, como é muito bem repesentado por cineastas como Glauber Rocha e, o ainda representante, Nelson Pereira dos Santos. Nelson que, aliás, é um monstro. Tem 81 anos e está mais lúcido do que nunca, entende a situação do cinema nacional atualmente, se dizendo indiginado com os filmes como mercadoria e, sabendo, que os filmes nacionais tem grande importância na nossa cultura.

Idolatro filmografias européias mas, aqui, existem gênios que entendem a situação nacional e a exploram muito bem, tentando melhora-la.




Aqui surge Iggy Pop (ah, o eterno e sem camisa e de calça jeans surradas, Iggy), que lançou um novo disco, inspirando em um escritor francês e, até, com um titúlo em francês: Preliminaires.

No festival tocam algumas músicas nas sessões mais tarde, músicas muito boas como Tom Waits (o mesmo do filme no começo do tópico) e quem? Iggy!

Nesse disco ele está bem introspectivo, voz e violão, com algumas letras em francês e ele toca a nossa bossa Insensatez (Tom e Vinicius)!! E ele prova, aqui, que música deprê não é uma coias ruim, João ;)

O clipe novo do Iggy é interativo, ou seja, você faz o que quiser (dentro das devidas proporções, lógico). Ao fim do vídeo aqui recomendado você escolhe o personagem, o que muda a história do clipe completament. Tem até um cachorro punk entre os personagens.

http://www.youtube.com/watch?v=Hl7k9wgdtaU&feature=PlayList&p=C8079F9540B301C7&playnext=1&playnext_from=PL&index=3


Gabriel Rao

Um comentário:

  1. Muito bom o comentário sobre o cinema nacional; vi o cartaz do filme Vidas Secas e simplesmente não tenho nenhum interesse em vê-lo. Acho até legal o apelo que os diretores fazem em seus filmes, o que não acho legal é essa generalização desnecessária sobre o Nordeste, pois, o Nordeste é visto aí – nas outras regiões – como um local de seca, fome, desgraça, miséria em geral, e com pessoas mal instruídas – pra não dizer burras. Então, fujo desses estereótipos impostos por esses filmes ao máximo, que inclusive, pelo visto não contribuem com muita coisa. Nos filmes em geral, o Rio de Janeiro, por exemplo, é visto como um local onde a marginalização e a violência predominam, onde na verdade, não é assim. São Paulo, como uma metrópole infernal, onde a vida é praticamente impossível devido à poluição e o trânsito, onde outra vez, também não é assim. Então, esses filmes que acabam generalizando as coisas, prefiro optar por não vê-los. Eu, que sou um morador de João Pessoa – na Paraíba – vejo que há sim miséria, mas isso no sertão, que é onde uma quantidade mínima de pessoas vivem – e mesmo assim, não são todas que levam essa vida, que é retratada nesses filmes clichês. – Com isso, não quero dizer que essas pessoas devem ser esquecidas, mas elas não podem acabar causando uma visão geral sobre nós Paraibanos e Nordestinos, pois, assim como elas, aqui também há pessoas muito bem instruídas e que levam uma vida muito boa, como os moradores das metrópoles.
    Sobre o cinema nacional em geral: Agrada-me muito, gosto de vários diretores brasileiros, e se for pra destacar um filme brasileiro que vi há pouco, destaco Eu Sei que Vou te Amar que é um filme de 1986, do grande diretor Arnaldo Jabor que 20 anos depois o transformou em um livro. Primeiro conheci a obra literária, para só então conhecer a cinematográfica. Gostei muito das duas e recomendo.
    Sobre o Iggy Pop: Já vi uns vídeos e ouvi algumas poucas músicas, não é um cantor que costuma despertar meu interesse, por isso, não posso falar muito sobre.

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