sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Maldito!

Gosto de escritores malditos, rebeldes, rejeitados em sua sociedade e que escreveram temas e coisas que poucos queriam ouvir, mas que era necessário.

Essa preferência é normal, não vou aqui julgar outros estilos (que também gosto), mas toda sociedade precisa de um rebelde.

Marquês de Sade é uma de minhas obsessões literárias, seus livros são caros e raros em sebos. Mas valem a pena. Ele era rico, aristocrata e com titulo de nobreza, mas foi perseguido desde os monarquistas até o Napoleão.

Ser libertino e provocante na França do século 18 não é fácil, nem normal.Tanto que ele passou quase a vida toda na cadeia, escrevendo ''atrocidades sexuais'' para alguns (coisas que ele também praticava, diga-se)

O que realmente importa em sua obra não é a putaria rolando solta mas, sim, como e por que ela é usada. Pense em um burguês na França monárquica em 1800, todo engomado e defendendo sua pose e poder perante a todos, ostentando titulos e posses, em um país desigual. Agora imagine ele, pensando sempre em sexo sujo, em uma orgia homossexual sodomizando criados, matando jovens puras e transando com membros da própria familia. Tchau credibilidade, tchau pose.

Tchau, Gabriel.

3 comentários:

  1. "Ser libertino e provocante na França do século 18 não é fácil, nem normal"

    Hoje, isso também não é uma coisa normal e nem fácil... tente ser libertino sem rebolar até o chão num baile funk !!!

    Libertinagem é uma arte que pouca gente entende e aceita.bem, é tb uma questão social

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  2. Como falei em uma postagem anterior, gosto desse tipo de literatura, embora não tenha vasta experiência nela. Acho que esses rebeldes foram essenciais para a construção da nossa história, e eles – inconscientemente – acabaram lutando por uma vida mais livre de preconceitos onde todo cidadão é que opta e decide seguir o que acha melhor para a sua vida. Li um livro – A Casa dos Budas Ditosos – que conta a história de uma libertina e retrata a sua vasta experiência sexual ao longo de sua vida. Gostei muito, embora não concorde com algumas coisas afirmadas nele. Por exemplo, acho que o sexo é algo importantíssimo e fundamental para a nossa sobrevivência e bem-estar, mas creio que assim como ele, existam muitas outras coisas também importantes para a nossa vida, e ele não deve ser posto como o ápice do nosso dia-a-dia. Outra coisa que também não concordo é essa afirmação tola que acham que devemos dar para a sociedade, como por exemplo, ah, hoje eu me descobri como homem; ah, hoje eu me descobri como mulher;... Como gay;... Como lésbica;... Como bissexual. A nossa sexualidade só interessa a nós mesmos e a quem tentamos seduzir, não deve ser algo tão fundamental – para os outros – a ponto de sairmos afirmando e informando a toda a sociedade. Sem dúvida alguma o nosso órgão sexual foi um dos maiores presentes dado pelos deuses, mas há outras coisas também tão fundamentais quanto ele, como a nossa capacidade de pensar, por exemplo.

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